segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Texto do Professor Cabral

Trecho do livro "Cinco Textos sobre a Arquitetura" - José dos Santos Cabral Filho

  • Arquitetura como instrumento ético frente as tecnologias de disjunção espaço - tempo
  • O mal estar da arquitetura - Da arquitetura como abrigo à arquitetura como instrumento ético
  • A dissolução do sujeito arquitetônico na atualidade

No trecho do livro " Cinco textos sobre a Arquitetura " observa-se a importância do espaço e sua estreita relação com o tempo nos ambientes contruídos. Para se entender e apreender a arquitetura é preciso que se observe o tempo e que ele seja usado para apreciá-la.

De acordo com o texto o arquiteto Aldo Van Eyck propôs a substituição da fala de espaço e tempo, por lugar e ocasião que seriam respectivamente o espaço carregado de significações e a ocasião como tempo vivido.

É interessante como o autor mostra "a gênese do lugar arquitetônico, no que se refere ao sujeito", que se dá com a linguagem e a nomeações que diferenciam, e até mesmo, limitam espaços e lugares. "Talvez pudéssemos dizer que o lugar, à maneira do inconscinte, também se estrutura enquanto linguagem."

No texto são relatados dois sentimentos diante da invenção da arquitetura: o de culpa e o de orgulho. O primeiro por ser "fruto do erro de nossos antepassados" e o segundo por ser "uma demonstração da capacidade de sobrevivência humana."

A arquitetura, mais que abrigo e objeto estético, se revela como instrumento ético, por sua importância na organização espacial, nas relações humanas e entre homem e objeto e como forma de documentação, mostrando sua importância na história da humanidade. Dessa forma retira o mal estar causado pelo sentimento de culpa.

De acordo com o texto o sujeito arquitetônico, que cria sua subjetividade no lugar arquitetônico,está em crise. As novas tecnologias têm levado as relações da co-espacialidade à co-temporalidade, em situaçôes em que a presença já não se faz mais necessária. Isso favorece a disjnção espaço-tempo enfraquecendo o lugar arquitêtonico, em que ocorre o evento, em sua forma histórica.

É preciso que as tecnologias da atualidade sejam empregadas de maneira que as relações e os lugares sejam favorecidos e que o indivíduo continue expressando sua sunjetividade no espaço e ao longo do tempo.

O texto leva à reflexão sobre a importância da junção espaço-tempo para a arquitetura, sua análise e sua relação com a humanidade. Além disso, nos revela a necessidade de que a tecnologia empregada no tempo atual seja utilizada de maneira que seja proporcionada ao homem a liberdade de se expressar através do espaço sem que este e suas relações sejam prejudicadas.

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